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Guarani pode ir por água abaixo


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Projeto que visa proteger a área de recarga do aquífero na cidade ainda não saiu do papel.

Quem vive em Ribeirão Preto com certeza já ouviu falar do Aquífero Guarani. O enorme reservatório de águas subterrâneas ocupa uma área superior a 1 milhão de km² e se estende entre os territórios do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Por aqui, ele é responsável pelo abastecimento de água em toda a cidade. A zona leste, por possuir um solo poroso que permite a infiltração da água, é considerada como a área de recarga do aquífero. Em maio último, a região virou discussão na câmara municipal, quando um grupo de vereadores apresentou um projeto para garantir a sua proteção.

Rejeitado por alguns membros da casa, o projeto de lei complementar propõe a criação de uma Zona de Proteção Máxima em toda a área de recarga do aquífero, que proíbe a construção de novos loteamentos e o parcelamento do solo na região leste de Ribeirão. O ambientalista Marcelo Pereira de Souza explica que o zoneamento da área não é novidade, mas é necessário porque o aquífero é muito sensível àquilo que se constrói acima do solo. “A tentativa de proteção do aquífero já é algo antigo na cidade. O que está em jogo é o interesse econômico de poucos contra o interesse de toda uma sociedade em proteção socioambiental”, completou Souza.

De acordo com um dos vereadores que defendem a proteção, a medida deve ser tomada para que no futuro a cidade continue captando água do reservatório. Já outro membro da casa acredita que a iniciativa de se criar uma zona de proteção não deve partir do legislativo, mas sim, do executivo. Segundo o parlamentar, apenas a prefeitura pode apresentar Projetos de Lei de Uso e Ocupação do Solo.

O Ministério Público, que em 2015 já havia ajuizado uma ação civil restringindo a expansão urbana na zona leste, é favorável ao plano. A promotora de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA), Cláudia Habib Tófano, alega que o projeto significa a proteção do aquífero de forma compatibilizada com o desenvolvimento urbano da cidade. “Chegou a hora de se tomar uma decisão no que diz respeito à impermeabilidade do aquífero”, afirmou a promotora.

O debate está tão intenso que uma audiência pública foi marcada pela Comissão Permanente de Constituição e Justiça. No dia 23 de maio, o tema reuniu membros do Ministério Público, representantes de setores, moradores da zona leste e especialistas no assunto. Uma das principais questões levantadas dizia respeito ao comprometimento da expansão da região. Estudos que vêm sendo feitos desde 2009 foram apresentados e mostraram que a zona leste não ficará engessada, já que mesmo com as restrições de uso, ela ainda abriga uma grande quantidade de área a ser construída.

Depois de muitas conversas e esclarecimentos, cabe ao legislativo dar continuidade ao projeto que, se aprovado pela câmara, será levado para que seja sancionado ou não pela prefeita Dárcy Vera (PSD). Em nota, a prefeitura diz considerar fundamental e de extrema importância a preservação da Zona Leste, e que por isso colocou este item na Revisão do Plano Diretor, documento que estabelece as diretrizes de crescimento urbano.

 

Esta matéria está disponível no site do curso de Jornalismo da Unaerp. Acesse!

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